terça-feira, 15 de junho de 2010

O Sítio Arqueológico Pedra do Castelo



A Pedra do Castelo se impõe no contexto cultural da região norte por concentrar testemunhos materiais da ocupação humana desde a pré- história até os dias atuais. O sitio pré-histórico apresenta pinturas muito antigas, descobertas no século XVII, encontradas nos salões internos de uma formação rochosa com arcos e torres, de 18m de altura e 300m de perímetro. A formação rochosa lembra um castelo, responsável pela identidade do sítio, do Parque Municipal ao qual deu origem e ao próprio município, de cuja sede dista 20 km.
O local foi apropriado para práticas e rituais religiosos diversificados desde então, associando- se a ele poderes místicos e mágicos. Além de marcas e vestígios pré-históricos, enterramentos do inicio do século XX, velas, imagens de santos católicos, ex- votos e rituais de herança africana documentam esta forma de apropriação mais recente. A tradição oral lhe atribui lendas e significados espirituais.
A Conservação do Sítio

As formas de apropriação deste sítio, contudo, provocam danos às pinturas e gravuras rupestres, recobrindo- as de fuligem e parafina das velas, além de pichações com materiais diversos e grafitagens. Somavam- se a estes danos provocados por agentes humanos, os danos de origem natural, como os desplacamentos, casas de vespas e cupins.
A fim de promover a conservação da Pedra do Castelo e preservar as características que lhe dão uma significação cultural, o IPHAN contratou a restauração dos painéis de pintura, com o cuidado de resguardar tanto o patrimônio arqueológico quanto os costumes locais. Estas foram às diretrizes estabelecidas pelo I Fórum do Patrimônio Cultural em castelo, realizado pelo IPHAN, Ministério Público do Estado do Piauí e prefeitura Municipal de Castelo, com o objetivo de discutir coma comunidade sua forma de participação no processo.
Antes de iniciar o processo de limpeza dos painéis de pinturas rupestres foi feita sua avaliação arqueoquímica, bem como realizados trabalhos de escavação e sondagens para avaliar o potencial de vestígios pré-históricos existentes. Devido à presença humana constante no local desde o século XVII e o conseqüente pisoteamento desordenado no abrigo entorno os vestígios encontrados foram raros.
O material lítico remanescente atesta o uso da técnica de lascamento e o domínio do polimento pelos grupos humanos que habitaram o local, além dos traços de alisamento em pequenos seixos testemunhar o conhecimento desses grupos na confecção de vasilhames cerâmicos.
A intervenção de conservação promovida pelo IPHAN foi executada por arqueólogos e especialistas em conservação de pinturas rupestres, num processo minucioso e delicado, que evidenciou as pinturas e gravuras pré-históricas e, ao mesmo tempo, tratou com respeito todos os outros objetos associados aos rituais religiosos mais recentes, como os inúmeros ex-votos.
A Socialização do Sítio

Esta foi uma das muitas ações necessárias para assegurar que as marcas dos nossos antepassados não se percam e continuem a enriquecer e a inspirar as expressões culturais da região.A ela devem se associar os compromissos dos poderes públicos estadual, local e, principalmente, da comunidade, quanto à sustentabilidade deste frágil recurso cultural e natural.
Preservar a Pedra do Castelo para o nosso usufruto, incrementar um turismo cultural que incorpore a população local nos seus benefícios e o mesmo tempo assegure o seu usufruto pelas futuras gerações é a meta que todos devemos perseguir.

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